São Paulo
São Paulo (pronuncia-se AFI: [sɐ̃w̃
ˈpawlu] ouça) é um município brasileiro, capital do estado de São Paulo e
principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América Latina.[9] É a cidade mais populosa do Brasil, do
continente americano e de todo
o hemisfério sul do mundo,[5] e a
cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo considerada a 14ª
cidade mais globalizadado planeta,[9] recebendo
a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group
& Network (GaWC).[10] O lema da
cidade, presente em seu brasão oficial, é constituído pela frase em latim "Non
ducor, duco", cujo significado em português é "Não sou conduzido, conduzo".[11]
Fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade é mundialmente conhecida e exerce
significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Memorial da América Latina,
o Museu da Língua Portuguesa,
o Museu do Ipiranga, o MASP, o Parque Ibirapuera, o Jardim Botânico de São
Paulo e a avenida Paulista, e eventos de grande repercussão,
como a Bienal
Internacional de Arte, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, São Paulo Fashion Week e a São Paulo Indy 300.
O município possui o 10º maior PIB do mundo,[12] representando,
isoladamente, 12,26% de
todo o PIB brasileiro[13] e 36% de
toda a produção de bens e serviços do estado
de São Paulo, sendo sede de 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil,[14] além de
ter sido responsável por 28% de toda a produção científica nacional em 2005.[15] A cidade
também é a sede da Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa), a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado.[16] São Paulo
também concentra muitos dos edifícios mais altos do
Brasil, como os edifícios Mirante do Vale, Itália, Altino Arantes,
a Torre Norte,
entre outros.
São Paulo é a sexta
cidade mais populosa do planeta e sua região metropolitana,
com 19 223 897 habitantes,[17] é a quarta
maior aglomeração urbana do mundo.[18] Regiões
muito próximas a São Paulo são também regiões metropolitanas do estado, como Campinas, Baixada
Santista e Vale do Paraíba; outras cidades próximas compreendem
aglomerações urbanas em processo deconurbação, como Sorocaba e Jundiaí. A
população total dessas áreas somada à da capital – o chamado Complexo Metropolitano
Expandido –
ultrapassa 29 milhões de habitantes,
aproximadamente 75% da população do estado inteiro. As regiões metropolitanas
de Campinas e de São Paulo já formam a primeira macrometrópole do hemisfério sul, unindo 65 municípios que
juntos abrigam 12% da população brasileira.[19]
Geografia
São Paulo é a capital do estado
mais populoso do Brasil, São Paulo, situando-se próximo ao paralelo 23º32'52'' sul e do meridiano 46º38'09'' oeste. A área total do município é
de 1 522,986 km², de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo o nono
maior em extensão territorial.[4] De toda a
área do município, 968,3248 km² são de áreas urbanas,
sendo a maior área urbana do país.[6]
São Paulo está localizada junto à bacia do rio Tietê, tendo as sub-bacias do rio Pinheiros e do rio Tamanduateí papéis importantes em sua configuração. São
Paulo tem a altitude média de 760 metros.[6] O ponto
culminante do município é o Pico do Jaraguá, com 1 135 metros,[42] localizado Parque Estadual do Jaraguá,
na serra da Cantareira,
onde se encontra também a segunda maior floresta urbana do mundo, no Parque da Cantareira.[43][44]
O intenso processo de conurbação atualmente
em curso na Grande São Paulo tem tornado inefetivas as fronteiras
políticas entre os municípios da
região, criando uma metrópole cujo
centro está em São Paulo e atinge municípios, como por exemplo, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema (a chamada Região do Grande ABC), Osasco e Guarulhos,
entre várias outros. ARegião Metropolitana de São
Paulo (RMSP)
foi criada no ano de 1973 e atualmente é constituída por 39 municípios, sendo a maior aglomeração urbana do Brasil e a
terceira maior das Américas,[18] com
19 822 572 habitantes.[5] Seu
Produto Interno Bruto (PIB) somava em 2008 cerca de 572 bilhões de reais.[8]
Clima
O clima de São
Paulo é considerado subtropical (tipo Cfa
segundo Köppen),
com diminuição de chuvas no inverno e temperatura média anual de 19,25 °C,
tendo invernos brandos e verões comtemperaturas moderadamente
altas, aumentadas pelo efeito da poluição e da
altíssima concentração de edifícios. O mês mais quente, fevereiro, tem
temperatura média de 22,5°C e o mês mais frio, julho, de 16 °C.[45]
A precipitação anual média é de 1 376,2 mm, concentrados principalmente no verão.
As estações do ano são relativamente bem definidas: o inverno é ameno e
subseco, e o verão, moderadamente quente e chuvoso. Outono e primavera são estações de transição. Geadas ocorrem
esporadicamente em regiões mais afastadas do centro, e em invernos rigorosos,
em boa parte do município. Também ocorrem frequentemente nos
municípios vizinhos.[46]
Apesar da maritimidade que evita maiores variações de temperatura, a altitude de São Paulo faz com que nos meses mais quentes sejam poucas as noites e madrugadas quentes na cidade, sendo que as temperaturas mínimas raramente
são superiores a 23 °C num período de 24 horas. No inverno,
porém, o ingresso de fortes massas de ar polar
acompanhadas de excessiva nebulosidade às vezes
fazem com que as temperaturas permaneçam muito baixas, mesmo durante a tarde. Tardes com temperaturas máximas que variam
entre 14 °C e 16 °C são comuns até mesmo durante o outono e o início
da primavera. Durante o inverno, já houve vários registros de tardes em que a
temperatura sequer ultrapassou a marca dos 10 °C, como em 15 de agosto de 1999.[47]
Poluição
ambiental
A poluição do ar na
cidade é intensa,[50] devido
principalmente à enorme quantidade de automóveis que
circulam diariamente na cidade.
Além da poluição atmosférica a cidade sofre também com a poluição hídrica,
concentrada em seus dois principais rios, o rio Tietê e o rio Pinheiros, que estão altamente poluídos.
Atualmente o rio Tietê passa por um programa de despoluição que dura alguns
anos. Como já ressaltado nos itens anteriores, o processo de expansão urbana
nas últimas décadas aliou especulação imobiliária,
esvaziamento das áreas centrais e precariedade nos novos loteamentos; desta forma,
devido à dificuldade de aceder à terra urbana qualificada em áreas centrais,
milhares de famílias viram-se obrigadas a ocuparem regiões ambientalmente
frágeis - como as de mananciais. Com isto, também ocorre uma sobrevalorização
do transporte individual sobre o transporte coletivo - levando à atual taxa de
mais de um veículo para cada dois habitantes e agravando o problema da poluição
ambiental.[51]
O problema do abastecimento equilibrado de água para a cidade - e para a metrópole, de uma
forma geral - também se configura como questão preocupante: São Paulo possui
poucas fontes de água em seu próprio perímetro, tendo de buscá-la em bacias hidrográficas distantes. O problema da poluição da água
também é agravado pela ocupação irregular das áreas de mananciais, ocasionada
pela supracitada expansão urbana impulsionada pela dificuldade de acesso à
terra e à moradia em áreas centrais por parte da população de baixa renda.[52]
Parques e
espaços públicos
Com 21% da área do município coberta por área verde[53] (incluindo reservas
ecológicas), São Paulo possui 40 parques municipais e estaduais,[54], como o Parque Estadual Turístico da Cantareira, que abriga uma
das maiores florestas urbanas do planeta com 7 900 hectares,[55] o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, o Parque Ibirapuera, o Parque Ecológico do Tietê, o Parque Estadual do Jaraguá, tombado como Patrimônio da Humanidadepela Unesco em 1994,
a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, o Parque Estadual da Serra do Mar, o Parque Anhanguera, o Parque Villa-Lobos, o Parque do Povo, entre outros. Apesar disso, a cidade de São
Paulo possui apenas entre 5 e 6 m² de área verde por habitante, abaixo dos 12
m² por habitante recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).[56]
Demografia
A população de São Paulo estimada
pelo IBGE em 2011 foi de 11 316 149 habitantes, sendo o mais populoso do Brasil e com uma densidade demográfica de 7 430,24 habitantes por quilômetro quadrado.[5] Em 2010,
a população do município foi contada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 11 244 369 habitantes, sendo o município
mais populoso do estado e do Brasil e
apresentando uma densidade populacional de 7 383,11 habitantes por km².[58] Segundo o
censo de 2010, 5 323 385 habitantes eram homens e 5 920 984 habitantes eram mulheres. Ainda segundo o
mesmo censo, 99,1% da população era urbana (11 125 243 habitantes viviam na zona urbana e 19 126 na zona rural).[59][58] Segundo o
censo de 2010 do IBGE,
a população paulistana é formada por: brancos (60,64%), pardos (30,51%),negros (6,54%), amarelos (2,19%) e indígenas (0,12%).[60]
O Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal
(IDH-M) de São Paulo (ano 2000), considerado elevado pelo Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é de 0,841, sendo o 18° maior
de todo estado de São Paulo. Considerando apenas a educação o índice
é de 0,919 (muito elevado), enquanto o do Brasil é 0,849; o índice da
longevidade é de 0,761 (o brasileiro é 0,638); e o de renda é de 0,843 (o do
país é 0,723).[7] A renda per capita é de 32 493,96 reais.[8]
O coeficiente de Gini do município, que mede a desigualdade social,
é de 0,45 (2003), sendo que 1,00 é o pior número e 0,00 é o melhor.[61] A
incidência da pobreza, medida pelo IBGE, é de 28,09%, o limite inferior da
incidência de pobreza é de 26,16%, o superior é de 30,02% e a incidência da
pobreza subjetiva é de 10,60%.[61]
Habitação
e uso do espaço urbano
Segundo dados do censo de 2000 do IBGE, da fundação SEADE e de
pesquisas feitas pela prefeitura de São Paulo no período 2000-2004,[82] o município apresentava
até aquele momento um déficit de
aproximadamente 800 mil unidades habitacionais. Isto equivaleria, segundo tais
pesquisas, a aproximadamente três milhões de cidadãos sem
acesso à habitação formal ou em habitações precárias: nestes números constam a
população de loteamentos clandestinos e irregulares, a população
moradora de favelas e a população moradora de cortiços.[83] Tal
déficit equivaleria, segundo alguns autores, a aproximadamente um décimo de
todo o déficit habitacional nacional (estimado em aproximadamente oito
milhões de unidades[84]). Em 2006, dos 1 522,986 km² do município de São
Paulo, 31 km² eram ocupados por mais de duas mil favelas.[85]
Aliado ao problema do déficit habitacional está o fato de que,
ainda segundo dados das pesquisas em distritos censitários do IBGE e da
fundação SEADE,
a cada ano as áreas centrais da cidade - correspondentes às regiões centrais
tradicionais e àquelas ligadas ao já citado vetor sudoeste - apresentam uma taxa negativa de crescimento demográfico (de -5% entre 2000 e 2008).[86]
Subdivisões
O município de São Paulo está,
administrativamente, dividido em trinta e uma subprefeituras, cada uma delas, por sua vez,
divididas em distritos, sendo
estes últimos, eventualmente, subdivididos em subdistritos (a designação
"bairro", porém, não existe oficialmente, embora seja usualmente aplicada
pela população). As subprefeituras foram criadas pela lei municipal n° 13 339,
de 1º de agosto de 2002, e os atuais distritos pela lei municipal nº 11
220 de 20 de maio de 1992.[121][122] As
subprefeituras estão oficialmente agrupadas em nove regiões (ou
"zonas"), levando em conta a posição geográfica ehistória de
ocupação. Entretanto, há certos órgãos e instituições (companhias telefônicas,
zonas eleitorais, etc.) que adotam uma divisão diferente da oficial.[109] Cabem às
subprefeituras os serviços ordinários à população, dessa forma,
descentralizando alguns serviços rotineiros.[109]
A divisão política oficial da cidade leva em conta tanto
características histórico-culturais dos diferentes bairros de São Paulo como fatores
de ordem prática (como a divisão de duas subprefeituras em umaavenida importante). Porém, muitas vezes tal divisão
não reflete a percepção socioespacial que a população local tem dos lugares: há
regiões da cidade que não são oficialmente reconhecidas pela prefeitura, de
forma que sua delimitação seja informal e abranja diferentes distritos e
subprefeituras, mantendo o nome por tradição, contiguidade física ou facilidade de
localização. O fenômeno tende a se repetir na cidade inteira e considerado de
forma ampla, pode levar a uma não identificação dos moradores com as instâncias
políticas locais.[109]
Além da divisão política, há também uma divisão em nove zonas
geográficas, cada uma delas representada por cores diferentes nas placas de
ruas e na cor dos ônibus que circulam na região. Essas regiões são
estabelecidas radialmente, usando apenas critérios topográficos, e, salvo
algumas exceções, não têm uma homogeneidade urbana, nem qualquer distinção
administrativa, com exceção do centro histórico e do centro expandido,
onde vigora o rodízio municipal.[123]
Cultura
ão Paulo é considerada polo
cultural no Brasil,
tendo-se consolidado como local de origem de toda uma série de movimentos artísticos e estéticos ao longo da história do século XX. Apesar de tradicionalmente rivalizar com o Rio de Janeiro o status de sede das principais instituições culturais
do país, é em São Paulo que existe o maior mercado para a cultura, tendo
hoje se consolidado como uma das principais capitais culturais do Brasil e da América Latina.[203]
A cultura da cidade de São Paulo foi largamente influencidada
pelos diversos grupos de imigrantes que ali se estabeleceram, principalmente italianos.
São Paulo possui uma ampla rede de teatros,
casas de show e espetáculo, bares e grandes eventos culturais como a Bienal de
São Paulo e a Virada Cultural. Instituições de ensino, museus e galerias de arte não raro empregam superlativos em suas
descrições (sedia, por exemplo, a maior universidade pública
do país - a Universidade de São Paulo - a maior universidade privada - a Universidade Paulista - e a maior casa de espetáculos do país, oCredicard Hall).[204]
Na cidade, são celebrados festivais relacionados aos grupos de
imigrantes, com os Matsuri (festivais de cultura japonesa). Destes,
destacam-se: o Tanabata Matsuri[205] (七夕祭り, "Festival do Tanabata"), relacionado à comemoração do Tanabata,
e realizado desde 1979[206], o Nikkey Matsuri[207] (ニッケイ祭り, "Festival do Nikkey"), o Mochitsuki Matsuri[208] (餅つき祭り, "Festa do Mochi Batido") e o Bunka Matsuri[209] (文化祭り, "Festival da Cultura").
Artes cênicas e museus
Episódios relevantes na história das artes cênicas no Brasil aconteceram na cidade de São Paulo.
Verifica-se na cidade tanto um cenário de teatro de vanguarda como de um teatro
tradicional. Três instituições revelaram-se importantes na cidade, ao longo do século XX: primeiramente o Teatro Brasileiro de
Comédia (TBC),[210] depois o Teatro de Arena[211] e
finalmente o Teatro Oficina.[212]
Por ter feito parte da história política
e econômica do Brasil,
São Paulo é praticamente um museu a céu aberto, com bairros e edifícios de
incalculável valor histórico. A cidade possui uma enorme variedade de museus e galerias de arte, que possuem acervos dos mais
variados estilos, da arte sacra a moderna, além de curiosidades sobre ciência, política, religião, entre outros temas. Entre os museus mais
famosos da cidade estão Museu de Arte de São Paulo (MASP), o Museu do Ipiranga, o Museu de Arte Sacra,
o Museu da Língua Portuguesa,
a Pinacoteca do Estado de São
Paulo, entre outras instituições de renome. Também abriga um dos
cinco maiores parques zoológicos do mundo,
o Parque Zoológico de São
Paulo.[213]
Literatura
A literatura na
cidade de São Paulo começa com a chegada dos missionários da Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como jesuítas, no início do século XVI. Eles escreveram relatórios àcoroa portuguesa sobre as terras
recém-encontradas e sobre os povos nativos, compondo poesias e músicas para o catecismo. Os padres
jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta são considerados os
fundadores da capital paulista.[214] Durante o século XIX a cidade
teve grandes nomes da literatura como o escritor Álvares de Azevedo,
representante da fase ultrarromântica do Romantismo. Porém, os escritores paulistanos só
atingem independência cultural e projeção nacional no início do século XX, com o movimento modernista brasileiro,
principalmente após a realização da Semana de Arte Moderna em 1922.[215]
Durante o período modernista surgiram importantes escritores da literatura brasileira como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, responsáveis pela introdução do modernismo no Brasil e
produtores de uma extensa e importante obra literária, dramatúrgica e crítica
para a cultura brasileira.[216] Com o
poema urbano "Pauliceia desvairada",
Mário de Andrade estabeleceu o movimento modernista no Brasil.[217] O romance Macunaíma, com a sua abundância de folclore brasileiro,
representa o ápice da prosa nacionalista no modernismo através da criação de um anti-herói nacional.
A poesia experimental de Oswald de Andrade, a prosa de vanguarda,
em especial o romance "Serafim Ponte Grande" (1933), e manifestos provocativos que exemplificavam a
quebrar do movimento com a tradição.[218] Artistas
e escritores modernistas escolheram o Teatro Municipal de São
Paulo para
lançar seu manifesto modernista. O local passou a ser um bastião da cultura europeia com a Ópera e apresentações de música clássica trazidas da Alemanha, França, Áustria e Itália.
Foi importante para eles escolher o Teatro Municipal como ponto de partida,
porque a alta sociedade que frequentava o local negavam suas raízes brasileiras
por falar línguas como o francês apenas na casa de ópera. Além disso, os frequentadores se
comportavam como se o resto do Brasil,
e a própria cultura brasileira,
não importasse ou não existisse. Ambos os autores foram influentes escritores da escola modernista: Mário de Andrade e
Oswald de Andrade.
Música
A cidade tem uma cena musical
fervilhante, com diversas vertentes musicais sendo representadas. No samba, a cidade possui nomes de renome como Adoniran Barbosa, cujos sucessos mais lembrados são Saudosa Maloca e Trem das Onze, e os Demônios da Garoa,
grupo de samba da década de 1940 ainda em atividade considerado o
"Conjunto Vocal Mais Antigo do Brasil em Atividade".[219]
O município foi o berço de várias bandas de rock nas décadas de 1960, 1970 e 1980, como os Os Mutantes, uma banda de rock psicodélico que liderou o caminho no cenário musical da música experimental,
cujo sucesso é por vezes relacionado com o de outros músicos da Tropicália, mas com um estilo musical e
ideias próprias.[220] No final
do governo militar no início dos anos 1980 a bandaUltraje a Rigor surgiu na cidade. Eles jogaram um estilo
simples e irreverente do rock. As letras representavam as mudanças na sociedade e na cultura que não apenas São Paulo, mas em toda a
sociedade brasileira.[221]
As cenas pós-punk e garagem tornaram-se
fortes na década de 1980, talvez associada com o cenário sombrio de desemprego
e de poucas perspectivas reais do ponto de vista da juventude da época.
Exemplos de bandas provenientes deste movimento incluem Ira!, Titãs, Ratos de Porão e Innocentes. Na década de 1990, drum & bass tornou-se um outro movimento musical em São
Paulo, com artistas como DJ Marky, DJ Patife, XRS, Drumagick e Fernanda Porto.[222] Muitas
bandas de heavy metal também se originaram na cidade, como Angra, Torture Squad, Korzus e Dr. Sin. Muitas
culturas "alternativas" de São Paulo se misturam em um pequeno shopping apelidado de Galeria do Rock, que inclui lojas que atendem a uma
ampla gama de nichos alternativos. Em 2011, foi confirmada a versãobrasileira do festival Lollapalooza, que será sediada no Jockey Club paulistano nos dias 7 e 8 de abril de 2012.[223][224]
Por seu aspecto urbano, a cidade cada vez mais se renova
musicalmente, aceitando os diversos ritmos musicais oriundos de todas as partes
do país.
São Paulo também é um dos principais centros demúsica erudita do Brasil, sendo local de nascimento de
compositores internacionalmente reconhecidos como Osvaldo Lacerda e Amaral Vieira, e palco durante o ano todo de
apresentações de concertos eóperas em suas diversas salas, como a Sala São Paulo, o Teatro Municipal de São
Paulo (palco da Semana de Arte Moderna de
1922, considerada marco de início da arte moderna no
Brasil), o Teatro São Pedro e o Teatro Alfa. A Orquestra
Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) é considerada o melhor conjunto
sinfônico da América Latina.[225]
A cidade também é muito influente no movimento hip-hop (break, grafite e rap), sendo que, no Brasil, os maiores expoentes
dessa vertente cultural estão em São Paulo e seu entorno. Também é forte a
presença da música eletrônica,
com diversas raves e festas, como o Skol Beats,[226] Nokia
Trends,[227] Spirit of
London, entre outras.[228]
Mídia
São Paulo é um dos principais
centros de comunicação do Brasil e da América Latina, por reunir em seu
território a sede de vários grandes grupos de comunicação. Dois dos jornais
mais influentes do país[229] são
publicados na cidade, ambos com reputação internacional: a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo (o jornal mais antigo da cidade ainda em
circulação).[230] A Folha
de S. Paulo é um dos jornais mais lidos e reconhecidos no país, sendo o segundo
maior jornal de circulação do Brasil, segundo dados do Instituto Verificador de
Circulação (IVC),
com uma circulação média diária de 294 498 exemplares, em 2010.[231] Outros
importantes jornais são o Diário de São Paulo, Agora São Paulo e o Jornal da Tarde.
No campo da televisão, a cidade foi pioneira com a criação da
primeira emissora do país, a TV Tupi, pelo empresário Assis Chateaubriand,
em setembro de 1950.[232] Desde
então, várias outras emissoras desenvolveram-se na cidade e ganharam projeção
nacional, como foi o caso do SBT,[233] da Rede Bandeirantes (pertencente ao Grupo Bandeirantes),[234] Rede Record,[235] Rede Gazeta,[236] RedeTV![237]e a TV Globo São Paulo (antiga TV Paulista),[238] todas com
sede na região metropolitana de São
Paulo.
A cidade também foi pioneira em publicidade, sendo que nela foi instalada a primeira
agência de publicidade do país, chamada "A Eclética", em 1914.
Atualmente, o município é um grande centro publicitário nacional e
internacional.[239] São Paulo
também concentra um grande número de editoras que produzem algumas das
principais publicações do Brasil. Entre elas destaca-se a Editora Abril, que publica atualmente 54 títulos, com
circulação de 188,5 milhões de exemplares, em um universo de quase 28 milhões
de leitores e 4,1 milhões de assinaturas, sendo a maior do segmento na América
Latina.[240] Entre as
principais publicações da editora está a Revista Veja, a revista com maior tiragem do país.[241]
Esportes
A cidade sedia eventos esportivos
de importância nacional e internacional, como o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, realizado no Autódromo de Interlagos,
o São Paulo Indy 300,
evento que faz parte da IndyCar Series e é realizado no Circuito Anhembi,[242][243] e o Aberto de São Paulo de
Tênis, realizado no Complexo
de Tênis do Parque Villa-Lobos. Também realiza-se na cidade a
tradicional Corrida de São Silvestre,
prova pedestre disputada desde 1925,
todo dia 31 de dezembro, pelas ruas do centro. Entre as
corridas de rua tradicionais, destacam-se, também, as provas São Paulo Classic,
com cerca de 12 mil participantes[244] e Run
Américas com 25 mil participantes em São Paulo num evento que acontece
simultaneamente em diversas cidades da América Latina: São Paulo, Lima, Caracas,Bogotá, Cidade do México, Santiago e Buenos Aires num
evento que no total reúne 120 mil pessoas nessas 9 cidades.[245]
São Paulo recebeu jogos da Copa do Mundo FIFA de 1950,[246] foi sede
de Jogos Pan-Americanos de
1963[247] e foi uma
das sedes do Mundial Interclubes de 2000.[248] Também
foi sede do Campeonato
Mundial de Basquetebol Feminino de 1983 e 2006,
de Vôlei Feminino em 1994,
de uma das etapas do Concurso Mundial de Saltos da FEI (Federação Equestre
Internacional) em 2007 e será cidade-sede dos jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014.[249]
A cidade conta também com um Jockey Club,
onde a primeira corrida aconteceu em 29 de outubro de 1876,
no Hipódromo da Mooca,
na rua Bresser. Com dois cavalos inscritos na primeira corrida, Macaco e
Republicano, inauguraram as raias instaladas nas colinas da Mooca. Republicano
era o favorito, mas Macaco levou o Primeiro Prêmio da Província.[250]
O município é sede de três grandes clubes brasileiros de futebol: Corinthians, Palmeiras (fundado por italianos) e São Paulo FC.
Além do chamado "Trio de Ferro",
ainda conta com outras agremiações futebolísticas, como a Portuguesa de Desportos,
o Juventus e o Nacional.[251]
A cidade conta com cinco grandes estádios:
§ Morumbi,
do São Paulo FC,
o maior estádio de futebol de São Paulo, com capacidade para 73 501 pessoas;[252]
§ Pacaembu,
estádio municipal, onde jogam todos times paulistas, com destaque para o Corinthians,
com capacidade para cerca de 37 mil pessoas;[252]
§ Estádio Palestra
Itália, da S.E. Palmeiras com capacidade para 28 599 pessoas e que passa atualmente por
reforma para ampliação;[252]
§ Estádio do
Canindé, da Portuguesa de
Desportos, à beira do rio Tietê, com capacidade para 19 717 pessoas.[252]
§ Novo
estádio do Sport Club Corinthians Paulista (em construção) do Corinthians
Paulista, localizado em Itaquera, zona leste da cidade, com
capacidade planejada para 48 mil pessoas.[253]
Além destes, conta com estádio menores como o Estádio Conde Rodolfo
Crespi -
popularmente conhecido como Estádio
da Rua Javari - (do Clube Atlético Juventus),
o Estádio Nicolau Alayon (do Nacional) e o Parque São Jorge (do Corinthians).
Conta também com diversos ginásios de vôlei e basquete (Ibirapuera, Esporte Clube Pinheiros, Clube
Hebraica e Paulistano), quadras de tênis, e muitas outras arenas esportivas,
como o Estádio do Ibirapuera,
destinado principalmente aoatletismo.[254]
Ligações externas
§ São Paulo no WikiMapia (em português)
§ São Paulo 450 anos (em português)
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